Boca da Onça Adventure

Um dos passeios mais antigos da região de Bonito, o Boca da Onça atrai turistas do mundo inteiro. Com cachoeiras fruto de rios que correm pela Serra da Bodoquena, é realmente uma trilha que vale a pena.
Já vou ressaltando que a trilha é um pouco cansativa, só que garanto que vale o investimento: tanto de dinheiro, quanto de tempo e esforço.

Como foi a experiência?
No dia do meu passeio, tive que acordar um pouco cedo para pegar o transporte compartilhado. Chegue no local por volta das 08h00 e já estava servido o café da manhã – e que café da manhã! -, o pessoal da recepção ajustou o meu horário para que fosse possível eu tomar o café da manhã com calma.
Quando elogio o café da manhã, não sinto que estou exagerando, na verdade creio que ainda faltam adjetivos para descrever. Com as minhas torradas, um pedaço bolo de chocolate, geleia de maracujá e geleia pimenta, sentei-me apreciando ao fundo a vista da Serra da Bodoquena. Enquanto tomava meu café, lia o papel com informações que o guia havia me entregado. O local oferecia ampla assistência para o caso de algum acidente: incluindo transporte aéreo se necessário.

Almoço na Fazenda Boca da Onça

Café da manhã

Vale lembrar que os grupos saem para a trilha a cada 30 minutos. Um de cada lado da trilha.

mapa da cachoeira da boca da onça*


O maior rapel do Brasil
De barriga cheia, ansiedade a mil e as mãos um pouco suadas, esperava a chegada do guia para colocar meus equipamentos. Além da trilha Adventure, iria fazer o adicional de Rapel. O Rapel da Boca da Onça possui 90m de altura e é o maior do Brasil, piorando o cenário: Eu nunca havia feito rapel na minha vida. Enquanto escrevo meus dedos suam só de lembrar, porém meu coração quer repetir a dose de adrenalina.
Com equipamentos colocados, fomos rumo ao nosso transporte para o começo da trilha. Nosso grupo era o Cutia, estávamos sentados em 10 no carro boiadeiro. Já sentindo-se em um Safari, as conversas começaram. Nosso grupo contava com uma família de folga, um casal de aventureiros, Everton um Paulista e eu. A trilha foi regada de paisagens lindas, conversas e cachoeiras com águas deliciosas.
Após alguns minutos de viagem, chegamos ao início da trilha. Uma plataforma que se estendia até um ponto à mais de 90m de altura. Agarrei meu celular um pouco mais forte que o habitual, gravei a vista daquele lugar e aguardava ansiosamente pela minha vez. Everton e o casal de aventureiros também iriam fazer o rapel.
Fivelas apertadas, capacetes colocados e celular com a câmera preparada, começou o momento da descida. O alçapão se abriu e fui descendo suavemente, controlando a descida com uma manivela. Não há muito o que explicar da sensação: Descer por cima das arvores, admirando as formações de calcário e vendo aos poucos a trilha surgindo. Minha vontade ao final do rapel era de refazê-lo o dia todo.
Eu, Everton e o outro casal que estava conosco ficamos em uma plataforma, um mirante que dava para ver a cachoeira da boca da onça a distância. Nosso grupo ainda estava descendo a escadaria. Quando chegaram, pararam para esperar mais um casal que tinha decidido fazer o rapel de última hora. Reunidos todos, descemos o restante de escadaria necessário para nossa primeira parada de banho.

Rapela Boca da Onça
Rapel Boca da Onça


Cachoeira da Boca da Onça
A conversa havia tomado conta, trocando experiências e histórias de vida, descíamos as escadarias aproveitando a vista que nos era proporcionada. Adrygeise e Kevin, eram o casal tardio, conversamos durante a trilha – eu tentando me aparecer com as informações que aprendi sobre a vegetação local, fruto de trilhas anteriores minhas.
A primeira parada foi a famosa, e responsável pelo nome do lugar: Cachoeira da Boca da Onça.
Com uma queda d’água de 156m, a cachoeira formava uma lagoazinha de água que podíamos tomar banho. No momento estava um pouco nublado, mas ainda assim não tiraram a beleza das fotos:

Cachoeira Boca da Onça
Cachoeira Boca da Onça



Praia na beira do Rio Salobra
Mais alguns momentos de caminha adiante, chegado o próximo ponto. A prainha, um local de banho no Rio Salobra. O guia nos contou uma anedota a respeito da última cheia do rio: as águas haviam enchido de tal forma, que o rio tinha subido em torno de 4 metros. A trilha durante esse período tinha sido desviada, e a parada para banho naquele ponto estava interditada. Para nossa sorte, estávamos fazendo a trilha alguns dias depois das águas terem abaixado.
Com águas tranquilas e uma vista deslumbrante para a Cachoeira da Boca da Onça, descansamos rumo nossa próxima parada.
Fotos que tirei no rio salobra*


Quiosque e Poço da Lontra

Uma boa quantidade passos a frente, é chegado mais um ponto importante da trilha: para aqueles que já estavam com o folego acabando é o momento do descanso. Como um oásis no meio da selva – leves toques de exagero na minha fala -, o quiosque serviu de refúgio para descansar e repor os eletrólitos.
Naquele momento, turistas de outros grupos se encontram no descanso. Alguns chegando, outros partindo. Aqueles que começaram a trilha pela Janela do Céu estavam rumo a Cachoeira Boca da Onça, nós estávamos fazendo o caminho inverso.
Com o corpo descansado voltamos à nossa jornada, agora as cachoeiras estavam em distâncias menores entre si. Nossa próxima parada era o Poço da Lontra.
Outra anedota contada pelo guia é sobre os nomes das cachoeiras: A maioria das cachoeiras levam o nome por causa da construção das trilhas. No período de construção Ana Maria Bonilha (fundadora da Boca da Onça) havia pedido para que os construtores, com o passar do tempo anotassem os animais vistos nas proximidades de cada cachoeira. Com a conclusão da construção, os animais que mais apareceram nomearam as cachoeiras. É claro que há exceções, como a Cachoeira do Fantasma, que espero eu não tenho sido um local com muitos fantasmas.
Chegando na próxima parada, o poço da lontra é ideal para relaxar. Com águas limpíssimas e geladas o suficiente para lavar a alma.
Fotos no poço da lontra*


Cachoeira do Fantasma
A cachoeira do fantasma é a primeira daquelas que chamamos de “contemplação”. Com uma parada para fotos incríveis, aproveitamos a vista deslumbrante do lugar. As formações calcárias, devido o formato da tufas forma um espécie de véu. Lembrando um fantasma, o nome da cachoeira surgiu. Ela pode ser vista de relance do Poço da Lontra, creio que pela proximidade ela não foi chamada de Poço da Lontra 2.0
Brincadeiras a parte, o nome faz jus ao que se vê. Como esses mesmos seres, a cachoeira apresenta um ar de mistério, que é em parte por causa de uma gruta que se forma embaixo das quedas d’água. A cada dia o calcário se deposita um pouco mais, até que finalmente a gruta feche, mas é claro, que isso irá levar uma boa leva de anos. Ainda não se sabe até onde a gruta vai.
fotos da cachoeira do fantasma


Buraco do Macaco
Um dos meus pontos favoritos da trilha. O Buraco do macaco é uma gruta onde a cacheira cai dentro, e para melhorar existe uma entrada na lateral onde você pode se aventurar para dentro dela. Sem poupar elogios, as águas cristalinas caem dentro do buraco, uma cena de encher os olhos d’água – foi um bom trocadilho.
Aventuramo-nos a entrar na gruta, com o celular na mão – o que não recomendo fazer – e uma dose de coragem, fomos fundo. Lá dentro a visão era de outro mundo: água estava em tons esmeralda conforme a luz batia, o som da cachoeira entrando no buraco e as belíssimas formações milenares, tudo se mesclava em um misto de emoções. Como se não bastasse, mergulhamos para baixo da cachoeira em uma brincadeira de quem ficava mais tempo.
fotos e vídeos do buraco do macaco*

Cascatas do Jabuti
Logo a frente, chegamos nas cascatas do Jabuti. Travertinos – cujo tive que pesquisar em casa sobre, depois do passeio – represam a água a fazendo correr delicadamente em degraus. Travertinos são uma forma de rocha calcária sedimentar formada pela deposição de carbonato de cálcio.
É um ponto apenas de contemplação, por causa da delicadeza das formações.
Fotos da cascata do Jabuti (não tirei nenhuma foto lá) Cachoeira da Anta e Garganta da Arara Nossa jornada agora já está chegando ao fim. As próximas duas cachoeiras ficam lado a lado. Uma grande rocha separa ambas, sendo o deck construído envolta dela. Nesse momento da trilha, a maioria de nós estávamos cansados, usando os degraus como nosso ponto de descanso. Uma cachoeira de 20m, com a formação de véus que cobrem as rochas, é essa a vista proporcionada. É uma cachoeira apenas para contemplação, porém compensa cada segundo admirando a formação. Quando fui, uma parte do deck se estendia até embaixo da cachoeira, infelizmente estava interditado. fotos e vídeos da cachoeira da anta*
Virando e caminhando em torno de 10 passos, chega-se à Garganta da Arara. Uma fenda entre as rochas, da qual a água vinda da Cachoeira da Anta corre, formando uma singela queda d’água. Logo abaixo, uma pequena área de banho se forma, uma piscina natural com águas belíssimas.


fotos da garganta da arara***


Janela do Céu e Piscinas da Cotia
Chegado o momento para fechar de forma esplêndida a trilha, a Janela do Céu. Com uma passarela que atravessa pelo leito do rio de ponta a ponta. A direita fica as piscinas da cotia, com uma formação de tufa calcaria que lembram várias piscinas, cada uma em um nível diferente.


*fotos das Piscinas da Cotia**


A esquerda da passarela encontramos a famosa Janela do Céu. Com uma vista deslumbrante, a água forma uma película refletindo o céu. Sendo a parte de cima de uma cachoeira, a vista é de toda a serra da Bodoquena do alto. Sendo um lugar que dispensa apresentações, as suas fotos são um dos cartões postais da Boca da Onça.

Janela do céu - Boca da Onça
Janela do céu – Boca da Onça

Finalizamos?
Após a sessão de fotos, com aquele gostinho de quero mais na garganta, é iniciada a nossa partida. A caminhada até o carro boiadeiro é tranquila, o caminho de volta foi regados a conversas sobre as nossas impressões dos passeios. O pessoal descobriu que eu era agente turismo e já começaram as perguntas sobre os melhores passeios, é claro que deixei minhas dicas.
Com um almoço de lamber os dedos, sentamo-nos até o terminar da tarde. Além de um passeio belíssimo, com paisagens lindas, águas deliciosas e uma comida que arrisco a chamar de perfeita, o passeio proporcionou duas coisas que me fazer lembrar sempre dele: Memórias e amigos.
Caso ir para a Boca da Onça esteja entre os seus “e se”, recomendo mudá-la para a sua lista de “lugares que vou conhecer”. Garanto que não vai se arrepender.

Consulte a disponibilidade!

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